Já ouvi várias pessoas comentando contra o auto-gerenciamento. Até mesmo durante uma palestra no Scrum Gathering Brasil falando sobre como o PMI está próximo do Scrum, Ricardo Vargas ficou de calças curtas após uma pergunta simples do Bernabó: estaria o PMI preparado para um mundo sem gerentes? Foi muito interessante ver o palestrante se contradizer completamente ao afirmar que não acreditava em auto gerenciamento, deixando claro que as pessoas precisam ser "observadas", "cobradas" e vigiadas... vai entender neh.
Você já ouviu falar no outro Ricardo, o Semler? Pois deveria! Impressionante como o cara é conhecido fora do Brasil! Bem, pra encurtar a história, ele "gerencia" uma empresa com projetos que chegam a 3 bilhões de dólares. Coloquei entre aspas o termo gerencia pois inclusive no video abaixo ele comenta que não toma decisões na própria empresa, pois quase tudo é decidido pelas equipes (que são auto gerenciadas e formadas de forma ad hoc)... difícil de acreditar? Vou colocar a tradução de alguns trechos do video:
Nós mandamos nossos filhos para qualquer lugar do mundo para morrer pela Democracia... Mas eu nunca vi um ambiente de trabalho democrático. Estão ela é muito importante para nossa vida, menos para o lugar em que passamos 60% de nosso tempo. Deve haver algo de errado nisso tudo.
Como é verdadeira essa afirmaçao! É como se toda a nossa evolução como seres humanos(e por que não, sociedades), fosse jogada fora todas as vezes que batemos ponto...
Todas as nossas reuniões são volutárias. Por que se começar a ficar chato, vá embora... Se não sobrar ninguém, será mesmo que precisamos dela?
Seria esta uma solução à desculpa de vários gerentes? "Não consigo mais trabalhar, passo o dia em reuniões!"... pense nisso!
O processo típico para contratações e seleções em empresas é basicamente um processo de paquera na internet. Você diz que sua empresa é o Brad Pitt e ela diz que é a Angelina Jolie. Vocês se encontram em um bar... ficam juntos em dois rápidos encontram e decidem se casar esperando que dê certo...
[Ao invés disso], nós pegamos os candidatos qualificados, que se encaixam na vaga, e pedimos a eles a virem juntos. Então encontramos qualquer um que queira estar envolvido entrevistando estas pessoas. Isto pode levar horas. Então os entrevistadores anotam as duas pessoas que eles gostariam que ficassem. Os dois que pontuarem melhor voltam para passar um dia inteiro por aqui e conversar com qualquer um que queiram... O resultado é um turnover de menos de 2% ao ano.
Fico feliz em saber que várias empresas legais no Brasil já fazem isso! Claro que turnover não é a principal preocupação de várias empresas (afinal, pessoas são substituíveis, não é mesmo?!)... mas lembre-se você também de que Empresas também são substituíveis! Ainda mais na área de software...
Sem mais enrolações... ai vai o video (sim, ja deve ser conhecido de várias pessoas!):
Fonte: MIT World
Finalmente conseguimos a versão completa dessa palestra então! Ótimo!
ResponderExcluirThumbs up por divulgar! :)
Estou procurando uma empresa com essas características mas já faz 3 meses que eu não acho.
ResponderExcluirEstou buscando uma vaga como líder de equipes para atuar exatamente com o descrito pelo Semler, mas as empresas querem mesmo é alguém que só receba as ordens e execute. A maioria das empresas prefere não alterar o time que, na visão dela, está ganhando.
Tomara que eu ache logo uma empresa assim!
Verdade que o senhor Ricardo Semler é um inovador e confesso que seu primeiro livro me fez virar não só a minha mesa (ainda 'uma mesinha'), mas também a maneira de enxergar as empresas como ditatoriais e não apenas pelos horários [rígidos] impostos, metas (vejo nisso uma deslealdade devido as várias distinções, próprias dos seres humanos!) e uma série de 'imposições' tipo exigir que funcionários tenham que manjar de tudo ou pouco e, além disso, serem obrigados a falar um idioma (leia-se o inglês), pois isso é controle ou uma espécie de transferência de controle, uma 'auto imposição de se auto controlar' pelo medo da perda do emprego (ou desvio para funções menores). E aí reside o pepino, o limite de cada um. Os donos de verve envolvente lograrão mais êxitos, os puxa sacos também terão vez, campo fértil para os donos de [natural] carisma ou simplesmente aqueles que sabem aproveitar um momento, uma ocasião. Porém, é difícil ver se espraiar este pensar e é enfadonho para os comuns (nós), aqueles salientados por Veblen que dizia de suas dificuldades de vislumbrar um futuro melhor devido ao compromisso com o sustento diário. Exemplo dessa dificuldade foi relatar num dia, à noite, na faculdade, algo que identifiquei quando fui a um compromisso cedo numa avenida movimentadíssima na zona norte daqui de Porto Alegre, a Assis Brasil. Notei que tudo quanto é tipo de comércio abria as portas no mesmo horário - parecia uma competição que ninguém queria perder - e cedo naquela manhã, ninguém entrava em lugar algum, apenas via gente se deslocando para os 'seus' locais de trabalho. Foi quando me indaguei: por que a obrigação de todos abrirem ao mesmo instante? E foi isto o que levei para a aula naquela noite (um horror - indignação - para os professores, menos para dois deles) foi a indagação de o porque de todo mundo ter que se dirigir aos seus postos de trabalho cujo o horário é praticamente o mesmo (?), bá, não sei, sei apenas que os bancos e os shoppings estão aí para nos dizer algo... Talvez sejam indagações deste tipo que o senhor Semler tenha sido reconhecido como 'o cara' da moderna administração e claro, os meios que ele possuía para colocar em prática tais ideias. Fora isso, a coisa ganhou vulto no exterior, em lugares não tão conservadores como os 'manipuláveis' terceiro mundistas, especialmente o extremo sul do Brasil.
ResponderExcluirFábio A. Fraga de Campos Velho (Adm.Empresas)
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